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Sub-área: Filosofia
Sinopse
Há uma certa premissa na escrita filosófica que exige que o autor se confronte com interlocutores. No caso particular de Nietzsche, essa exigência se converte em verdadeira obsessão, de forma que, no conjunto de sua obra, o filósofo alemão expressa d as mais diversas maneiras a necessidade de ter aqueles a quem se dirigir, seja na forma de ?diálogos? ou de ?duelos?. Essa busca inquieta por seus interlocutores é o tema do livro Nietzsche, seus leitores e suas leituras, da professora titular de Fi l osofia Contemporânea da USP, Scarlett Marton. Dos oito textos presentes no livro, boa parte ganhou uma nova versão de estudos publicados originalmente em obras coletivas ou periódicos de Filosofia. Agora, reunidos em uma única publicação, estes pe rse guem o objetivo de investigar a complexa relação que se estabelece entre texto, autor e leitor dentro do pensamento nietzschiano. ?Ao fazê-lo, é o estatuto mesmo da escrita filosófica que tais ensaios procuram discutir?, afirma Marton na apresent ação do livro. Refém de sua necessidade de ter aqueles a quem se dirigir, Nietzsche não hesita em recorrer aos mais diferentes meios para atrai-los, provocá-los e levá-los a toda espécie de tentações. Seus textos são exemplares nesse sentido lançam ?isc as?, atiram-se como ?anzóis?. Apresentam uma pluralidade de estilos e introduzem o perspectivismo na linguagem empregam tropos, metonímias e metáforas e usam as mesmas palavras em sentidos diversos. A busca por esses interlocutores, no entant o, reve la-se pouco eficaz. Em Assim falava Zaratustra, por exemplo, Nietzsche manifesta sua busca recorrente por ?companheiros de viagem? e, ao mesmo tempo, reconhece tratar-se de ?um livro incompreensível?. Para Scarlett Marton, o filósofo, nas mai s difere ntes ocasiões, tenta explicar o abismo que separa o desejo, que dele se apodera, e sua realização, permanentemente adiada. Nesse sentido, Nietzsche ?teria nascido póstumo seus escritos seriam extemporâneos estaria à espera de leitores aind a por vir . Sem interlocutores, acha-se ?mortalmente silenciado?. Sem reconhecimento, não encontra olhar exterior que o legitime?, diz a especialista. Sua exigência de confrontar-se com interlocutores rapidamente se torna uma exigência de defrontar- se com cert os leitores. A estes quer propor um permanente ?duelo e diálogo? com seus textos. Mas é também para entabular um ?duelo e diálogo? permanente com os autores dos livros que elege que se põe diante deles. Os ensaios que compõem Nietzsche,..
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